Na Educação Infantil, a colônia de férias funciona melhor quando combina rotina leve com propostas bem planejadas: atividades curtas, materiais simples, muita exploração e momentos de convivência. A ideia é oferecer experiências com começo, meio e fim, mas sem engessar o brincar. A seguir, você encontra 10 atividades originais, descritas em um formato bem prático para organizar e aplicar com a turma, do jeito que professores costumam precisar no dia a dia.
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1. Estações sensoriais de descoberta
Material necessário: caixas ou bacias, arroz ou macarrão cru, algodão, folhas secas, água, gelo, conchas, colheres, peneira, potes pequenos, toalhas.
Como fazer: organize 4 a 6 estações em mesas baixas ou no chão, cada uma com um tipo de material para exploração. Exemplo: estação “seco” (arroz, folhas), estação “macio” (algodão), estação “gelado” (gelo), estação “molhado” (água com potes).
Explique as regras antes: explorar com cuidado, não jogar no colega, lavar as mãos ao final. Deixe as crianças circularem em pequenos grupos por 3 a 5 minutos em cada estação.
Durante a exploração, faça perguntas que ampliem a linguagem: “como é a textura?”, “faz barulho?”, “afunda ou boia?”, “é leve ou pesado?”.
Variação: faça uma estação surpresa com objetos fechados em sacos opacos para adivinhar pelo tato.
2. Pintura com ferramentas diferentes
Material necessário: papel grande (pardo ou cartolina), tintas atóxicas, rolinhos, esponjas, escovas de dente velhas, carimbos de EVA, tampinhas, aventais ou camisetas velhas.
Como fazer: forre o chão ou prenda o papel na parede em altura infantil. Apresente as “ferramentas de pintura” e combine: cada ferramenta serve para criar um efeito.
As crianças escolhem uma ferramenta por vez e testam marcas, texturas e movimentos: carimbar, rolar, pontilhar, arrastar.
Ao final, faça um momento de apreciação: cada criança aponta uma parte do painel e diz o que vê ou o que tentou fazer.
Variação: proponha um tema simples (chuva, jardim, fundo do mar) sem exigir “desenho certo”.
3. Bolhas gigantes e caça bolhas
Material necessário: água, detergente, açúcar (opcional para fortalecer a película), bacias, argolas (pode ser arame encapado ou cabide), barbante, canudos grossos, fita crepe para delimitar área.
Como fazer: prepare a mistura em bacias e vá para o pátio. Mostre como formar bolhas com argolas e como “caçar” bolhas sem estourar com força: tocar bem de leve com a ponta do dedo molhada.
Depois, faça desafios lúdicos: “quem consegue fazer uma bolha bem grande?”, “quantas bolhas pequenas você faz em 30 segundos?”, “vamos levar a bolha até a linha sem correr?”.
É uma atividade excelente para movimento, coordenação e controle de força.
Variação: marque “zonas” no chão para assoprar com calma, evitando aglomeração.
4. Laboratório das cores com água
Material necessário: copos transparentes, jarra com água, corantes alimentícios (ou tintas bem diluídas), conta gotas ou colher, bandejas, papel toalha.
Como fazer: proponha uma investigação simples: como nascem novas cores? Em cada copo, coloque um pouco de água. Dê as cores primárias separadas e deixe a turma experimentar misturas em pequenas quantidades: gota a gota.
Nomeie as descobertas com o grupo: “vermelho com amarelo virou…”, “azul com amarelo virou…”.
Finalize com um “mural de amostras”: pingos das cores feitas em tiras de papel, formando uma paleta da turma.
Variação: use papel filtro ou papel toalha para fazer “caminho da cor” (a água sobe e mistura).
5. Piquenique literário com tapetes de histórias
Material necessário: tapetes ou cangas, almofadas, cesta de livros adequados à faixa etária, fantoches ou objetos da história, plaquinhas simples (ex: “cantinho do silêncio”, “cantinho da leitura dupla”).
Como fazer: leve a turma para um espaço aberto ou sala organizada como “parque de leitura”. Divida em cantinhos: leitura livre, leitura em dupla, história com fantoche (rodando ao longo do tempo).
Comece com uma contação curta e depois deixe as crianças explorarem os livros. A cada 10 minutos, convide para trocar de cantinho.
Feche com “micro recomendações”: cada criança mostra a capa de um livro e diz uma palavra sobre ele (engraçado, bonito, grande, animal etc).
Variação: faça uma “mala viajante” de férias com 3 livros para empréstimo rotativo.
6. Orquestra de sucata
Material necessário: potes com tampa, arroz/feijão, latas (sem rebarba), elásticos, rolos de papel, colheres de pau, fita adesiva, papel colorido para decorar.
Como fazer: cada criança monta um instrumento simples: chocalho (pote + grãos), tambor (lata + balão esticado na boca), reco reco (garrafa PET com ranhuras e palito), violão de caixa (caixa + elásticos).
Depois, faça a “orquestra”: ensine sinais do professor para tocar forte, fraco, parar, rápido, lento. Brinque de eco (eu toco um ritmo, vocês repetem).
É ótimo para atenção, ritmo, escuta e cooperação.
Variação: organize um mini show para outra turma ou para a coordenação, com 2 músicas curtas.
7. Plantio do “jardim de férias”
Material necessário: terra, sementes de rápido crescimento (feijão, girassol, ervas), copos recicláveis ou potes, borrifador, etiquetas com nome, aventais.
Como fazer: monte uma bancada de plantio. Cada criança prepara o “vasinho”: coloca terra, faz um buraquinho, deposita a semente e cobre. Depois, borrifa água e etiqueta com o nome.
Combine uma rotina simples: todo dia, um pequeno grupo é responsável por regar e observar. Faça um quadro de observação com desenhos: “hoje estava assim”.
Variação: crie o “cantinho do cuidador” com ferramentas de brinquedo e um crachá rotativo.
8. Trilha do equilíbrio e dos desafios motores
Material necessário: fita crepe, cordas, bambolês, cones, bancos baixos/colchonetes, bolinhas leves, música.
Como fazer: desenhe no chão caminhos com fita: linha reta, curva, ziguezague. Monte uma trilha com 5 desafios curtos: andar na linha, pular dentro do bambolê, passar por baixo da corda, equilibrar uma bolinha na colher por poucos metros, terminar com um “túnel” de cadeiras.
As crianças passam em pequenos grupos, com tempo para repetir. O foco é superar o desafio do seu jeito, não é corrida.
Variação: mude um desafio por dia para manter a trilha sempre “nova”.
9. Massinha caseira perfumada
Material necessário: farinha de trigo, sal, água morna, óleo, corante alimentício (opcional), essências suaves (baunilha, canela) ou saquinhos de chá para aroma, potes para guardar.
Como fazer: prepare a massinha com a turma: misture farinha e sal, acrescente água aos poucos e um fio de óleo para dar liga. Divida em porções e adicione cor ou aroma.
Depois, proponha desafios criativos: fazer bolinhas grandes e pequenas, cobrinhas, “comidinhas” do faz de conta, letras do nome (para os maiores) ou apenas modelagem livre.
Finalize guardando em potes, ensinando cuidado com o material coletivo.
Variação: use cortadores, rolinhos e tampas como moldes.
10. Cidade do faz de conta
Material necessário: caixas grandes (mercadinho, casa, oficina), embalagens limpas (caixinhas, potes), blocos, fantasias simples, carrinhos, dinheiro de brinquedo, etiquetas de “preço” com desenhos.
Como fazer: monte uma “cidade” com cantos: mercado, restaurante, consultório, oficina, correio. Distribua papéis livremente: cliente, atendente, entregador, cozinheiro.
O professor entra como mediador para ampliar a brincadeira: sugere situações (“acabou o pão”, “chegou encomenda”), ajuda a resolver conflitos e incentiva linguagem de convivência (por favor, posso, obrigado).
Essa atividade costuma render muito tempo de envolvimento e cooperação.
Variação: troque o tema da cidade por dia (cidade dos animais, cidade dos super heróis, cidade da fazenda).
Conclusão
Uma boa colônia de férias na Educação Infantil não precisa de atividades complicadas, mas sim de propostas bem organizadas, com intenção pedagógica e espaço para a criança explorar. Com esse conjunto de atividades, você consegue montar uma programação variada, alternando movimento, artes, investigação e faz de conta, mantendo a turma engajada e favorecendo experiências que realmente marcam o período.
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